Era como se fosse a primeira vez. Sempre soube que, na verdade aquilo iria acontecer com - quase - todos eles, mas não estava preparado. Era provavelmente a milésima vez onde se viu na mesma posição e com sentimento igual, mas...
Não, espere. Não era igual. De forma alguma podia ser igual porque as pessoas não são iguais. Talvez semelhante, talvez...
Agora ela estava indo. Com um sorriso e palavras exaltadas de emoção ergueu a mão e simplesmente deu adeus, como se a superação fosse o passo mais fácil da história e as horas de tensão fossem mera ilusão, um conto da meia noite de outono.
Sorriu. E a viu sorrir também. Ambos dizendo um silencioso "obrigado" por trás da falta de palavras corretas no que devia ser uma despedida calorosa entre amigos que evitavam dizer "até um dia".
Não havia "um dia". Eles jamais se veriam e sabia disso. Os dois sabiam. Ela estava indo embora para uma vida nova e longe dali, e em alguns anos nem ao menos se recordaria de que um dia esteve naquela cidadezinha e o conheceu.
Tirou uma das mãos do bolso e também ergueu-a, sempre com o sorriso impecável nos lábios tristes. Adeus.

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Primeiro post do blog \o/