O poeta já dizia:
Tinha assim uma intensidade que lhe não podiam dar nem a imaginação nem a ciência, porque a ciência é lenta e a imaginação vaga. ¹
É de boa educação citar aos conhecedores da obra que diferentemente do autor, minha comparação não se faz pela história da Terra, quanto menos dos homens e sua (des)evolução; se agora espera por memórias póstumas de um alguém, dê meia volta e esqueça das palavras que leu até então. Oh, então vejo que persiste na leitura! Pois bem, hei de explicar a associação que me veio à cabeça semanas atrás antes que o leitor apressado canse-se de minha interminável introdução e abandone este pobre texto nas águas de um Tibre e esqueça-o antes do término.
Associo aquelas palavras ao que todos sentimos e alguns fazem questão de fingir que não. Imagino que já tenha entendido sobre o que digo; se não, explico: amor. Amor violento, casto, insano. Daquele que não se sabe o significado e só se sente quando desponta das sombras do coração para a luz dos olhos da pessoa amada, sendo esta quem seja. O coração não tem preconceitos. Nem mesmo o meu, que possuía sentimentos inomináveis por um amigo de data recente cujo coração via-me de forma especial, sem ser correspondido de igual maneira. O meu amava-o com mesmo fervor e medo, porém de forma diferente. É menos contraditório que parece se deixar-me explicar claramente: amores são incontroláveis e inexplicáveis, não se é possível escolher a forma como se quer deixá-los amar e seren amados, de modo que sem ao menos consultar-me, a maneira escolhida pelo meu foi confusa, fraternal e apaixonada enquanto o dele decidiu por ser como um homem ama uma mulher, sem vestígio de confusão ou dúvida. Sabendo de tais sentimentos quis dizer algo para afagá-lo e fazê-lo sentir-se melhor, mas nada, nem um gemido escapou-me da garganta. Quis abraçá-lo e falar-lhe: "Vai ficar tudo certo, estou aqui", mas não sabia se tinha alguma coisa realmente errada para estar tudo certo. Nos amávamos, de formas diferentes mas ainda assim era amor. Amor é amor, não se mede por escalas e nomes, mania essa é dos seres humanos.
Penso que mesmo hoje situações como essas são especialmente confusas, mas releve minha opinião acerca; sou uma completa ignorante em definições de sentimentos, não me vale a ideia de ter que dar-lhes um nome quando se pode simplesmente senti-los queimar na pele.
Ainda o amo, sem saber exatamente o nome dado a essa mistura de sensações. Não sei se importa. Não há definitivamente razão alguma nas coisas feitas pelo coração.
Você ama?
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1: Não foi transcrito fielmente ao original.
Lindo... *-* Estes sentimentos inexplicáveis. ^-^
ResponderExcluirParabens isa....
ResponderExcluirRealmente emocionante...*_*