terça-feira, 20 de setembro de 2011

Assobie para o coro


Não sou o tipo de pessoa que acredita que a vida melhora conforme o tempo passa. Não, todos nós sabemos que a vida tende a piorar. Tende ao caos, pois o ser humano tende ao caos. É a lei que rege a Terra, tão verdadeira como as leis da gravidade.
Portanto, independente do que eu faça, nada vai mudar, nada vai fazer diferença. Ao mesmo tempo em que eu posso fazer algo bom, sempre terá alguém para destruir tal coisa ou fazer algo absurdamente ruim que a anulará. O que fazemos em vida não adianta, e na morte? Bem, a morte... As ideias de paraíso, das virgens e de um lugar infinitamente cheio de bondade e amor sempre me pareceu apenas o conforto encontrado pelos seres humanos para lidar com aquilo que não conhecem, com aquilo que temem. Ninguém volta da morte pra contar como é, ninguém sabe se há algo do outro lado. Eu acredito que a morte é o fim, e não um "novo começo". E quando eu morrer, tudo o que eu fiz de bom ou mau não fará diferença. A própria morte não estará lá para fazer diferença, pois eu não a viverei, não a sentirei. Quando estivermos juntos eu já nada poderei fazer ou dizer, sequer sentir. 
Tudo deságua num buraco sem propósito ou sentido.
Talvez a vida não seja para mim. Me colocar em situações extremas, apenas para me sentir vivo, sem dar importância a perdê-la ou não, não fez de mim mais vivo do que qualquer outro. Ainda hoje não sei as respostas de quem sou eu e por que estou aqui, apenas sei que não há lugar para onde ir.
No final, nada  faz diferença. Nem eu, nem você, nem ninguém. O mundo se rege por leis próprias e nós somos apenas peões no jogo. E peões, bem, os peões são os primeiros a serem eliminados.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário