quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Decisões

Para mim, quando a gente decide algo, é aquilo e ponto final. Não dá para voltar atrás, não dá para pestanejar mais um pouco. Se você decidiu por algo, então siga isso sabendo das consequências, porque se se decidiu por tal coisa já sabia o que viria com ela. Não tem a desculpa de "eu não imaginei que seria assim", afinal a proporção pode variar em relação ao imaginado, mas nunca é algo completamente diferente. Exemplo: João aperta o pulso de Maria sabendo que vai machucá-la e ainda assim continua, então arregala os olhos, tomado de surpresa quando percebe que acabou quebrando o pulso da menina. Proporção maior, porém João sabia que ia ferir Maria e persistiu.
A decisão é fechada em si, não abre espaço para a dúvida, o medo. Não se pode aplicar uma interrogação no final, ou reticências no meio pois seria insegurança, e assim a decisão diminuiria até se tornar de novo uma hipótese. A decisão é também, uma faca de dois gumes, - ela pode te levar à escadaria do paraíso ou te fazer voar abismo abaixo. E tudo o que podemos fazer depois é torcer para que tudo dê certo
No entanto, o que acontece quando não se consegue, não se pode tomar uma decisão? O que acontece quando se tem dois caminhos a escolher e um leva ao precipício e o outro à forca? Quando não se pode sufocar o medo, a dor e ainda assim ter de fazer uma escolha que sabe que lhe estraçalhará por dentro cedo ou tarde?
"Crie um terceiro caminho - o caminho das flores, dos dias de verão e água fresca", diriam. Mas nem sempre existe o terceiro caminho, a estrada escondida que leva para fora de tudo. E não existe sempre, simplesmente pelo fato de que ninguém está sozinho a vida inteira, de que muitas vezes, o que lhe prende em dúvida é um alguém! Um amor. E nos sentimentos dos outros a gente não manda, a gente não controla. Um terceiro caminho é viável em qualquer circunstância se não tiver apegos, porém aí essa terceira estrada anula-se e se é colocado para escolher de novo entre as duas primeiras, pois não há o que perder. A forca, o precipício, as flores, todos se tornam em importância um só! Mas quando se tem um coração nas mãos, ah...
A decisão é uma só, não há a chance de voltar atrás como se nem tivesse ido. A decisão é o que movimenta nossas vidas, é o que dá destino à elas. Não apenas as grandiosas, mas também as pequenas como atravessar a rua nesta ou na esquina mais próxima. Todas decidem, em igual importância, a linha do Destino de cada um.

                                   O medo golpeia mais profundamente que as espadas

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